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Ela, Elis

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         Eu me lembro de  onde estava em 19 de janeiro de 1982. Eu havia marcado uma visita a uma fábrica de refrigerantes que ficava próxima à casa onde minha irmã morava, desde que se casara, um ano antes. Foi o que fiz pela manhã e, depois, fui almoçar na casa dela, com minha mãe. Estávamos as três, sentadas, conversando, e o rádio estava ligado, como sempre deixávamos. Um costume que perdemos, talvez porque a maioria das rádios já não toque as músicas que amamos.          De repente, silenciamos. Ouvimos, entre uma palavra e outra que dizíamos, a notícia da morte de Elis Regina.          Foi um silêncio de espanto. Pesado, furioso.          Eu me lembro muito bem da sensação.          Elis havia sido, ao longo de toda uma geração que gente como ela ‘puxava’ para seguir em frente, uma das maiores, se não a maior, revelação da música popular brasileira.          A princípio, era apenas a moça de gestos abruptos e exagerados, como exagerado era o seu penteado quando começou a can