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Mostrando postagens de dezembro, 2015

_____velho mundo azul

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[imagem: jdm.com] Raios e relâmpagos.A tempestade eu não sei se está  se aproximando ou indo embora,  mas cai água lá para os lados da  serra do mar. Uns anos atrás eu  poderia dizer com facilidade se  aquela chuva ia ou vinha. Hoje, eu  já não sei.A gente desaprende certas  coisas - porque o mundo também  desaprende a ser como é,  machucado, ferido de guerra  silenciosa travada ao se  defender. De nós.Os humanos desumanos em  questão. Uma ferida exposta parece doer  mais, muito mais que a minha dor.E eu choro pela dor deste mundo  velho e azul.Sem a desculpa de ter crateras  como a lua para se esconder ou  uma cama para se deitar em um  mar da tranquilidade, este mundo  velho caduca entre o  derretimento das calotas de  seus polos e um casal de  espanhóis que lhe fazem o que  bem entendem. El Niño e La Niña  se divertem, já que o planeta  claudica com sua artrose  crônica e sem vontade até de  falar. Por isso só faz uivar

_____escrevo, escrevo, escrevo

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[imagem: via ruffledblog.com] _____ Provavelmente eu ainda esteja escrevendo quando o sol aparecer sobre o horizonte e soprar luz sobre nosso mar verde tão escuro que é quase sempre cinzento. Porque a noite me ameaça com desejos invencíveis de transpor meus  limites que cantam madrugadas e acordam ainda sonhadores. E eu escrevo como se sangrasse uma eterna menarca. É quase certo que a lua me encontrará escrevendo quando ela surgir, majestosa, depois de dar um belo chute no sol para avisar que à noite é ela quem manda porque as estrelas lhe emprestam o brilho e um par de brincos novos, todas as noites. E eu escrevo como se bebesse o leite de minha mãe todas as manhãs antes de me dar conta de que ela passou a obrigação de me alimentar à poesia. Também estarei escrevendo quando o relógio de sol marcar a hora metade e o calor estiver tão abrasador que eu desejarei o deserto de palavras, em vão. Elas serão tempestade de areia a fustigar meus olhos e secarem meus lábios.