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Mostrando postagens de setembro, 2011

__________um conto de Luís Santana

À Mesa Dobrou a esquina e por pouco não foi atropelado pela turba que desabalada vinha em sentido contrário. Comprimindo-se junto ao muro, teve a camisa lanhada pelos pontiagudos pontos do cimentado em chapisco; passaram como se ele não existisse. E ele, olhos arregalados, mãos espalmadas no paredão, viveu aqueles segundos de susto como se eternos fossem. Não havia como ser exato na conta, mas por ele passaram vorazes bem mais que dez adultos seguidos por um número bem maior do que meia dúzia de crianças. Os gritos não foram bem entendidos; sentiu-se confuso. Guerra, linchamento, revolução? Parou para respirar, lembrou-se de um vulto que vira passar pela entrada do beco, antes da desenfreada turba e se esforçou para não crer nas suas próprias suspeitas. Mergulhou no que via ser de real, o mundo. Vendo-se mais uma vez confuso, entre a loucura e o pesadelo, entre a certeza e a vontade de não admitir. Saíra de um jantar, evento farto, e por