___meus hiatos
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As palavras estão em mim, mas eu não as escrevo. Têm um gosto de sal e de chuva, chegam a deslizar pelaminha garganta, mas eu me calo.
Fazem ruídos descabidos, como em um 31 de dezembro, em Copacabana, porque também resplandecem, mudam de cor, explodem, festejam-se a si e a um mundo que não comprendem.
As palavras não partiram. Vivem.
Mas são tantas e, no momento, causam tamanha dor, que eu as deixo à margem, deixo que fiquem a bordejar a avenida molhada de chuva e lágrimas que, neste momento, eu sou.
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______________imagem: do blog 'o encanto das palavras'
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