[imagem: via ruffledblog.com] _____ Provavelmente eu ainda esteja escrevendo quando o sol aparecer sobre o horizonte e soprar luz sobre nosso mar verde tão escuro que é quase sempre cinzento. Porque a noite me ameaça com desejos invencíveis de transpor meus limites que cantam madrugadas e acordam ainda sonhadores. E eu escrevo como se sangrasse uma eterna menarca. É quase certo que a lua me encontrará escrevendo quando ela surgir, majestosa, depois de dar um belo chute no sol para avisar que à noite é ela quem manda porque as estrelas lhe emprestam o brilho e um par de brincos novos, todas as noites. E eu escrevo como se bebesse o leite de minha mãe todas as manhãs antes de me dar conta de que ela passou a obrigação de me alimentar à poesia. Também estarei escrevendo quando o relógio de sol marcar a hora metade e o calor estiver tão abrasador que eu desejarei o deserto de palavras, em vão. Elas serão tempestade de areia a fustigar meus olhos e secarem meus láb...
Tenho escrito estórias e assim completando minha história, remanejando meus talentos, reconhecendo meus enganos. Sendo eu. Não por acaso - até por nele não creio - tenho vivido os dias de forma a não contar horas, mas a contar atos. Assim, sigo. Este seguir nada mais é do que a obrigação - o que me cabe neste mundo escola. Mas a palavra tem sido, de qualquer forma, a minha mais cara companheira. Por ela e com ela, perco e ganho noites e dias. Tudo faz sentido quando ela se apresenta e me toma de assalto, abraçando minha alma e meu corpo de modo a desenhar-se diante de meus olhos. Por isso, ouso dizer que não me importo com muito mais do que isso. Já fiz muito e hoje, se faço pouco para o mundo, estou certa de fazer mais para esta viagem a que me lanço apaziguada. Se de mais não sei, não me apresso. Sou os olhos a buscarem a leitura perfeita. E as mãos a desenharem uma caligrafia possível. No mais, caminho. E enquanto caminho, sou. ...
____________________ Sem assunto, em silêncio, fecho os olhos e, por um momento, estou novamente em um amanhecer daqueles que vivi há pouco mais de um mês. A sensação é forte e quase posso sentir o calor e o brilho da luz daqueles dias que nasciam provocando minha tristeza como se quisessem me fazer lembrar da força da vida. Não. Não era um deboche. Era, simplesmente, uma verdade explodindo, todos os dias A vida nascia. De todas as maneiras, ela nasce. E renasce, transformando-se. Foram vinte e cinco dias que vi amanhecer ali, da janela de um quarto de hospital. Cantava baixinho para minha mãe e dizia para ela que mais um dia nascera. Falava do céu todo azul. Azul profundo. A atmosfera estava tão limpa que parecia abrir caminho aos anjos. Dias perfeitos para minha alma, tão imperfeita. Abro os olhos e já voltei. Há um vazio recente e minha vida e o dias... jamais terão aquele sabor de mãe novamente. É....eles eram como os sorrisos dela...dadivosos e o azul...eram com o...
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bjux
;-)